1.11.2007

Santa Alucinação ou realidade?



Oummm...
Oummmm...

Mas nada. Mais uma vez, não tinha chegado àquele ponto de reconhecer seu Eu Superior. Decidiu então, de uma vez, arriscar.

Solenemente, seguiu seu mestre à mata fechada que havia no sítio e, receoso, durante o ritual tomou o chá.

'Ayauasca'. Bebida enteógena sacramental fez com que Joaquim regressasse à vidas passadas. Nela reconhece-se como algoz de seu pai. Daquele mesmo pai de quem, hoje, cuidava do mal de Alzheimer.

Reconheceu-se também, em uma outra vida, como prostituta. Não tinha amor por seu corpo; não tinha amor por nenhum dos homens com quem mantinha relações sexuais.

Joaquim, em êxtase, sentiu ainda estar no espaço; recebendo dos espíritos superiores determinados conselhos aos quais deveria seguir, de coração aberto, para que, ao fim da vida, galgasse alguns degraus na escala da evolução.

Após o êxtase da bebida, com o coração batendo mais forte, sentia um amor incondicional por todos que o acompanhavam. Afinal, ele tinha SE encontrado! Lembrava-se dos conselhos de Deus. Sabia que era amado e possuía a essência divina dentro de si.

Hoje, conseguia entender certas coisas com mais nitidez. Compreendia o dever com relação a seu pai, mas não conseguia estender este amor a seus companheiros de trabalho, por exemplo.

Sabia que, outrora, dada a sua libertinagem, hoje, teria que manter o casamento com Maria, custasse o que for. Mas não era de coração. Não amava Maria. Traía-a com a colega de trabalho.

Da mesma forma, seu pai continuava sendo um fardo em seu peito. Não tinham um bom relacionamento. E, em seu íntimo, queria que ele falecesse dado que já não tinha mais consciência.

Mas Joaquim sofria. Sofria de peso na consciência. Pois seu espírito, apesar de ter a consciência do passado, não carregava no coração a moral necessária para crescer e evoluir.
Joaquim não conseguia avançar. Martirizava-se em seu íntimo, pois tinha a certeza de que não havia cumprido sua missão na Terra. E fracassou.

E fracassou.

E sobre o chá, nunca mais quis ouvir falar dele. Pois, segundo Joaquim, foi a bebida a causa de seu fracasso na vida material.

Talvez tenha sido mesmo. A bebida foi um catalizador evolutório usado de forma inconseqüente.

Para quê bebida, se temos inteligência, coração e livre-arbítrio? Qual seria o mérito na evolução?

4 comentários:

MEHC disse...

Muito humana, a história que aqui conta,e que bem a conta! Talvez Joaquim não tenha fracassado inteiramente, se tomou consciência de seu fracasso.

Furlan disse...

Ando aprendendo barbaridade com suas lições ternas e profundas, Andorinha!
Amplexos mil!

Codinome Beija-Flor disse...

Vi,
O meu "Joaquim" interior, tem aproveitado bem melhor as oportunidades dadas depois da bebida.
Mesmo que seja sí um degrauzinho, já me ajuda muito.
beijinhos

Andorinha... disse...

Emília querida,
É. Talvez ele não tenha fracassado totalmente. O problema é que ele tomou consciência pelo chá; não veio do seu íntimo, entende? Abraços!!

Simão,
Que é isso?! Eu que aprendo com suas lições, palavras, simples pensamentos sempre carregados de sabedoria. obrigada! Abraços!

Esfinge,
É. Cada um de nós tem o Joaquim interior...
O que eu não entendo é a validade de certas técnicas que nos levam a esta consciência. Sabe? Abraços!