2.28.2007

Eletrocardiograma



Cai a bolsa de valores, aumenta o dólar.
Cai o dinheiro, aumenta a preocupação.
Cai o medo, aumenta a fé.
Cai a fé, aumenta a dor.
Cai a dor, aumenta o amor.
Cai o amor, aumentam os ciúmes.
Caem os ciúmes, aumenta o amor incondicional.
Cai o amor incondicional, aumenta a posse.
...
...
...
E por aí vai, a vida, uma eterna equação inexata.

2.27.2007

O ser mulher

Obrigada, Deus, por ter me feito mulher nesta vida.
Agradeço também por ter conhecido mulheres fortes e dóceis que me ensinaram a viver com mais fé no amor, acima de tudo.
Hoje, mesmo não conhecendo pessoalmente, cerco-me de grandes mulheres. Ainda que me pareçam virtuais, são pessoas reais, mulheres verdadeiras que se cercam da sua fé na vida e vão à sua busca, impondo seus ideiais mais puros, sem rigidez. Sempre com a flexibilidade que demonstra a inteligência e o jogo de cintura (fina) que as mulheres trazem no cromossomo X.
Por estas e outras, lembrei-me de uma música que junto com 'Maria, Maria' (do Milton Nascimento e Fernando Brant) define o que é ser mulher.

Essa Mulher Joyce / Ana Terra , cantado por Elis Regina

De manhã cedo, essa senhora se conforma
Bota a mesa, tira o pó, lava a roupa, seca os olhos
Ah. como essa santa não se esquece de pedir pelas
mulheres
Pelos filhos, pelo pão

Depois sorri, meio sem graça
E abraça aquele homem, aquele mundo
Que a faz, assim, feliz

De tardezinha, essa menina se namora
Se enfeita, se decora, sabe tudo, não faz mal
Ah, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista
Isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia
Entender de ser feliz

De madrugada, essa mulher faz tanto estrago
Tira a roupa, faz a cama, vira a mesa, seca o bar
Ah, como essa louca se esquece
Quanto os homens enlouquece
Nessa boca, nesse chão
Depois, parece que acha graça
E agradece ao destino aquilo tudo
Que a faz tão infeliz

Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro toda hora
No espelho casual

É de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz
Que acha tudo natural.
Alteramos o layout mas o conteúdo continua o mesmo...

Se isso é bom, somente o tempo dirá.

2.16.2007

Altos e baixos do samba

Há alguns anos, lá estávamos eu e uma amiga absolutamente empenhadas em fazer bonito na Passarela do Samba, em São Paulo.

Infringimos as regras de segurança e machismo e lá fomos nós, sozinhas e animadas, aos ensaios pré-carnavalescos da Gaviões da Fiel.

No início, a timidez de quem não é da área; de quem não freqüenta os jogos do Timão (porque sim, eles cantam to-dos os gritos de guerra do time de coração) e não vive para o futebol. Mas depois de tantos repiques, tamborins, bumbos e alegria, ensaiamos bem alguns passos para não fazer feio no Anhembi.

Chega sexta-feira, somos a última escola e ficamos nós, meninas, alinhadas junto à alma da escola: a bateria. Ah, como é contagiante. Nem precisa haver melodia, basta o ritmo da bateria. Dum, dum, isquidum, dum dum...

Ficamos horas e horas e horas sambando e nos divertindo com nossos mais recém colegas de ala, à espera do debut no Anhembi.

Eis que chegamos às 4 da manhã e os fogos de artifício anunciam a entrada da Gaviões! Oba!!

A ala se organiza, dá as mãos e ansiosas aguardamos a hora da entrada.

É um delírio. O público acenando: já ganhou! Já ganhou! É cam-pe-ã! É cam-pe-ã! E nós lá, enganando a Rede Globo e o público e mostrando que aprendemos a sambar no pé, com o dedinho apontando pra cima!

Pena que a alegria durou bem menos do que o previsto. O último carro da escola, um trambolhão, perdeu o eixo vindo a roubar o relógio do Sambódromo, assim como foi anunciado pelos anti-corinthianos e minha ala, a última, simplesmente, CORREU até a dispersão, no afã de não ultrapassar os 65 minutos legais.

Mas não adiantou.

Dispersão lotada, bateria tocando, avenida vazia e só aquele trambolho de boneco atrasando 10 minutos e deixando a escola no segundo grupo.

Foi uma tristeza contagiante; todos choravam e até eu, que caí de pára-quedas na comunidade carnavalesca da Gaviões, fiquei triste. Juro que fiquei.

É. São os altos e baixos do samba.

Bom Carnaval a todos!

2.13.2007

Simplesmente, há momentos em que não se há nada a dizer.

Há momentos em que a mente se nubla e se cansa de tanto movimento, tantas falas, tantas falácias.

Vem o cansaço e o silêncio. E junto com eles, a enorme vontade de parar e sentir a vida.

Sentir para que a reflexão futura venha mais clara e seja mais eficaz.

Sentir para que a vida se torne um caminho menos tortuoso.

Agora, apenas sentir.

2.08.2007

Contatos Imediatos



Sempre me disseram que a força do pensamento tem um poder inimaginável.

Até aqui, na blogosfera, acredito que pessoas semelhantes se atraiam pelas palavras uma das outras. Pelo sentimento que a palavra traz; pelo desejo comum de expor os mais íntimos pensamentos e segredos que, quiçá, não seriam revelados ao vivo e em cores.

Engraçado também como na minha blogosfera particular, ainda que pequena, existam pessoas com muitas afinidades, pensamentos e sentimentos em comum. Poxa, acredito realmente no magnetismo do pensamento e do coração. Ou seria muita coincidência.

Quando eu era pequena, eu e meus irmãos menores utilizávamos da força do pensamento, com nossa pureza de criança, para fazer 'contato' com a Dona Aparecida, nossa vizinha.

Quando tínhamos alguma vontade específica relacionada a bolo de cenoura com cobertura de chocolate, bolo de côco ou simplesmente um balde de pipoca, sentávamos os três de mãos dadas e mentalizávamos fortemente a Dona Aparecida chegando em casa com alguma guloseima.

E não é que o 'contato' sempre dava certo?! Algum tempo depois, 'DIN-DON', soava a campainha e Dona Aparecida, com uma guloseima coberta com um pano de prato colorido, nos aguardava sorridente. E nós, donos da situação, ríamos internamente e contemplávamos nosso 'poder'.

Espero que os 'contatos' de hoje também sejam positivos a todos nós para que possamos realizar nossos desejos mais íntimos e nos unirmos cada vez mais na positividade.

2.06.2007

Ciníiiira...

Partindo-se do princípio de que, na vida, nada se inventa e tudo se copia, copio aqui a inebriante idéia de nossa querida Emília e publico a foto do meu tudo e do meu nada:



Ui, ui, ui...Ciníiiiira...

Olhos Abertos

Gostaria de manter os olhos abertos por todo o tempo em que estivesse acordada.

Olhos abertos para prestar atenção nas lições diárias que me são impostas pela vida. Olhos abertos para ver que o dia-a-dia pode ser diferente, caso mude meu olhar.

Muitas vezes, entro no piloto-automático: cama, banho, cafuné no cachorro, carro, trabalho, emails, blog, emails, blog, blog, blog, emails, trabalho, café, e decrescendo mais a linha do dia, casa, banho, comida, cama e sono.

E este piloto automático me leva a ter quase as mesmas reações, sensações diárias: na resposta ao chefe, no bate-papo com a amiga, nos blogs, no humor (quase sempre bom, inacreditavelmente), na vida.

E assim, a vida passa, sempre igual, sempre a mesma, e as lições ficam lá, estáticas, aguardando um movimento ou uma nova visão.

2.05.2007

Ela, a 'tal'

Ao ler o post do Simão, lembrei-me de algo inusitado que me aconteceu há pouco.

Aeroporto de Santiago do Chile, prestes a adentrar o território, passo pela bendita máquina de detector de metais.

Tiro cinto, relógio (brincos, colar, pulseira, moedeiros, etc) e coloco-os na bandejinha junto com minha bolsa - com poucos apetrechos - e uma sacola de lanche (vez que a cia. aérea não oferece nada mais que uma barrinha de cereal).

Passo pelo detector de metais enquanto meus apetrechos pessoais são mi-nu-ci-o-sa-men-te analisados pelas três pessoas perante a televisão.

Eis que surge algum problema entre eles: começam a cochichar e depois a hablar um espanhol absolutamente histérico:

- Señorita, un momentito. Achamos algo em sua sacola. (diga-se de passagem não hablo, muito menos sequer compreendo o espanhol naquela velocidade infernal).
- Como? Anh? What? Sorry?
- Si, si, hay algo en su sacola. Yo necessito a ver.

Chamam alguns seguranças para verificar o que havia na sacola. Eis que a señora põe a mão dentro da sacola e pega, com todo cuidado para não amassar, minha coxinha recheada com caturiry.

- O que es eso? - diz ela.
- És una 'coxinha', 'corrinha' - digo eu, tentando falar com sotaque. 'És una pata de pollo', tentei ser mais explícita, mas de nada adiantou.

Ela partiu a coxinha ao meio, no intuito de encontrar alguma mini-bomba, ácido ou drogas, provavelmente.

Eles que não conhecem a coxinha, não sabem o que estão perdendo. Coitados...

2.02.2007

Com feminilidade...

Sem perder a feminilidade e a doçura, publico aqui neste blog o e-mail generoso que recebi de uma grande amiga e colega de trabalho.

Dia 2 de fevereiro, salve a Rainha do Mar


Dia 2 de fevereiro, salve Iemanjá, a rainha do mar, orixá da geração.

No Brasil, nas religiões descendentes também de rituais afro, Iemanjá tem um grande papel. No sincretismo com o catolicismo, é caracterizada como Nossa Senhora e, por isso também, tem grande aceitação pelo povo brasileiro, seja de qual religião for.

Iemanjá também é a rainha das águas, sendo as duas salgadas: as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos devotos.

Não sou filha de Iemanjá, mas respeito muito este orixá que, com amor, carinho, tolerância é um dos mais vivos em nossos corações.

Salve!

2.01.2007

Dar um gato...


Nestes momentos de extremo cansaço, recordo-me do velho ditadinho 'O trabalho enobrece o homem' para tentar criar um auto-consolo.

Acredito que nossa rotina de trabalho nos imponha, constantemente, situações tais que implicam no controle de sentimentos, impulsos homicidas, impulsos suicidas, descontrole feminino por TPM e por aí vai...

Mas não são todos os dias que me dou ao luxo de tentar evoluir. Definitivamente.

Acho que darei um belo de um gato: vou é pra casa, tomar um banho de sal grosso com arruda - para descarregar, afinal, todos temos um ímã particular - e cair na cama.

Evoluo amanhã. Juro que tento.