2.27.2007

O ser mulher

Obrigada, Deus, por ter me feito mulher nesta vida.
Agradeço também por ter conhecido mulheres fortes e dóceis que me ensinaram a viver com mais fé no amor, acima de tudo.
Hoje, mesmo não conhecendo pessoalmente, cerco-me de grandes mulheres. Ainda que me pareçam virtuais, são pessoas reais, mulheres verdadeiras que se cercam da sua fé na vida e vão à sua busca, impondo seus ideiais mais puros, sem rigidez. Sempre com a flexibilidade que demonstra a inteligência e o jogo de cintura (fina) que as mulheres trazem no cromossomo X.
Por estas e outras, lembrei-me de uma música que junto com 'Maria, Maria' (do Milton Nascimento e Fernando Brant) define o que é ser mulher.

Essa Mulher Joyce / Ana Terra , cantado por Elis Regina

De manhã cedo, essa senhora se conforma
Bota a mesa, tira o pó, lava a roupa, seca os olhos
Ah. como essa santa não se esquece de pedir pelas
mulheres
Pelos filhos, pelo pão

Depois sorri, meio sem graça
E abraça aquele homem, aquele mundo
Que a faz, assim, feliz

De tardezinha, essa menina se namora
Se enfeita, se decora, sabe tudo, não faz mal
Ah, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista
Isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia
Entender de ser feliz

De madrugada, essa mulher faz tanto estrago
Tira a roupa, faz a cama, vira a mesa, seca o bar
Ah, como essa louca se esquece
Quanto os homens enlouquece
Nessa boca, nesse chão
Depois, parece que acha graça
E agradece ao destino aquilo tudo
Que a faz tão infeliz

Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro toda hora
No espelho casual

É de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz
Que acha tudo natural.

5 comentários:

Furlan disse...

Linda postagem, Andorinha! Lendo-a, lembrei-me também de como Machado de Assis e Chico Buarque entenderam a alma feminina. Loas para "As Academias de Sião", de Machado, que é de a gente querer chorar, de tão lindo o conto.
Amplexos mil!

Codinome Beija-Flor disse...

Andorinha,
Eu falo sempre que essa música é o "Hino" da minha mãe, tão perfeita que ela é "Maria" até no nome.
Beijinhos

* E nós... quando a vida pede

MEHC disse...

Que lindo o poema, Vivi! E que bela sua homenagem às mulheres. Uma grande mulher compreende outras. Mas, felizmente, também há muitos homens que sabem reconhecê-las e admirá-las.
Bjo para você.

Jade disse...

Se houver outra vida e eu precisar voltar, quero voltar mulher!!
Essa música é linda e a Emília tem razão, uma grande mulher compreende outras!!
Onrigada pelo comentário lá na Esfinge...
Beijos!!

Andorinha... disse...

Simão, Chico Buarque, para mim, é um dos mais delicados poetas. Quando o vi pela primeira vez de perto, fiquei muda, gaguejei e somente abracei-o, com toda a cumplicidade por suas letras...Abraços saudosos!

Esfinge, acho esta música belíssima. Quanto a ser Maria, sorte dela, tem força, garra e raça no nome! Beijos,

Emília querida, obrigada pelas palavras. O poema é realmente lindo. Chegou a ouvir esta música por estas bandas aí!? Não sei linkar...mas vou procurar pra vc um link e publicar aqui, ok!? Beijos!

J@de,
É. Esta música é mesmo linda. Por que será que hoje não se faz mais música como antigamente? Ou estou muito enganada?!

Beijinhos ,