Obrigada, Deus, por ter me feito mulher nesta vida.
Agradeço também por ter conhecido mulheres fortes e dóceis que me ensinaram a viver com mais fé no amor, acima de tudo.
Hoje, mesmo não conhecendo pessoalmente, cerco-me de grandes mulheres. Ainda que me pareçam virtuais, são pessoas reais, mulheres verdadeiras que se cercam da sua fé na vida e vão à sua busca, impondo seus ideiais mais puros, sem rigidez. Sempre com a flexibilidade que demonstra a inteligência e o jogo de cintura (fina) que as mulheres trazem no cromossomo X.
Por estas e outras, lembrei-me de uma música que junto com 'Maria, Maria' (do Milton Nascimento e Fernando Brant) define o que é ser mulher.
Essa Mulher Joyce / Ana Terra , cantado por Elis Regina
De manhã cedo, essa senhora se conforma
Bota a mesa, tira o pó, lava a roupa, seca os olhos
Ah. como essa santa não se esquece de pedir pelas
mulheres
Pelos filhos, pelo pão
Depois sorri, meio sem graça
E abraça aquele homem, aquele mundo
Que a faz, assim, feliz
De tardezinha, essa menina se namora
Se enfeita, se decora, sabe tudo, não faz mal
Ah, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista
Isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia
Entender de ser feliz
De madrugada, essa mulher faz tanto estrago
Tira a roupa, faz a cama, vira a mesa, seca o bar
Ah, como essa louca se esquece
Quanto os homens enlouquece
Nessa boca, nesse chão
Depois, parece que acha graça
E agradece ao destino aquilo tudo
Que a faz tão infeliz
Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro toda hora
No espelho casual
É de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz
Que acha tudo natural.