Carta Natalina

Querido Papai Noel,

Escrevo-te esta carta para dizer, em suma, que não fui uma boa menina.

Este ano foi um período em que vieram à tona algumas dificuldades íntimas; descobri que sou mais falível do que eu imaginava. Descobri que minhas palavras, minha oratória, muitas vezes, são inversamente proporcionais à fé que eu carrego dentro da minha alma.

Eu vi, Sr. Papai Noel, que eu complico muito a vida. Ela é simples; ela é prática; ela é diária. E sou eu quem sou complexa; que deixo de viver por ter medo; que vivo o ontem e o amanhã.

Descobri também que há muitas pessoas que sofrem por grandes perdas, por grandes motivos e, mesmo assim, ou por causa disso, carregam dentro de si uma fé inabalável que, nos momentos tristes, fortifica; que na dor, acalma e acalenta o coração.

Por isso e por muitos mais motivos, eu lhe peço que me traga mais humildade, para enxergar com meus olhos o que trago junto a meu espírito. Peço também compaixão para que eu me solidarize com a dor alheia e não deixe meu egoísmo e individualismo me impedirem de agir.

Peço ainda amor; para que eu tenha coragem de amar por inteiro e amar o próximo como eu me amo.

E acima de tudo, peço que todos os meus desejos se transfiram àqueles que eu amo; àqueles presentes na minha vida de todas as formas, seja neste ou em outro plano. Peço que eles se sintam sempre muito amados e recebam dos céus a bênção por todo o bem que fazem no presente e já fizeram outrora.

Sr. Papai Noel, peço paz interior a nós todos; serenidade, paciência e fé. Muita fé.

E perdão pelos meus defeitos. Prometo que tentarei ser uma menina melhor no ano que vem.

Obrigada,